domingo, 29 de agosto de 2010

Extase

É verdade que as ruas salpicam vida.
brotam e rebrotam acácias plenas de flores e tornam a cidade rubra.
Mas,o que deixa em êxtase o homem com os sonhos de menino são os risos soltos dos meninos da areia.
Quase que em delírio ele se transporta além da areia fina e os olhos fixam os olhos do menino e a brincadeira tem gosto de vida.

O homem vive o menino e o menino,se vê no homem.
E o vento que sopra a areia fina e eleva brisa na água que goteja o rosto do pequeno marca a expressão da liberdade.

É possível um instante causar tanto?
É possível ver nos olhos que nunca viu nada mais além daquela pequena cidade e a areia da praia,o mundo?

Assim,o homem pleno de si e de vida seguia em extase areia afora.Em cada onda que batia na areia,parecia cantiga ecoando em seus ouvidos.
O mar,brindava a vida através dos meninos e ele se presenteva dessa vida.Tão pouco...e tanto.
Não havia falta de nada,porque não conhecem nada além do que tem e isso basta para que sejam felizes.
Seria incompreensível aos olhos comuns que a areia fosse mais do que areia.Que o riso solto fosse mais do que riso.Ele sentia isso.Era muito e além do que ele mesmo podia guardar dentro de si e entender o deslumbramento da vida em extase nos olhos do menino.

Mariana Gouveia